domingo, 8 de fevereiro de 2009

Entrevista com Pedro Malta



- Pedro Malta amoleceu o coração da audiência feminina em 2002 como o Lipe da novela Coração de Estudante (Globo). Era a própria miniatura de Fábio Assunção, que interpretava o professor Edu, pai separado que se desdobrava para criar o menino sozinho, em uma cidade universitária. Talento instintivo e à flor da pele, o ator pernambucano, hoje com 15 anos, acumula oito novelas no currículo, uma atrás da outra.

Em 2005, trocou a Globo pela Record, onde já viveu irmãos gêmeos e, como boa parte do elenco da emissora, um mutante - o adolescente Eugênio, já confirmado para a terceira fase de Os Mutantes, que deve estrear em março . Nesta entrevista ao Estado, ele conta como foi crescer em frente às câmeras.



Houve um tempo em que não havia papéis para adolescentes, e os atores-mirins caíam num vácuo quando cresciam um pouco. Você tem 15 anos e está na TV desde os 7. Podemos dizer que o mercado mudou?
Mudou um pouco, mas acho que ainda rola um pouco isso. Embora a cultura adolescente esteja mais disseminada, em revistas e séries de TV como Malhação, ainda assim você pode cair num vácuo nesta fase em que nem é adulto nem é criança. Você ainda não pode fazer um jovem rebelde, mas também não pode ser mais criança.

Você acha que amadureceu mais rápido porque começou a trabalhar muito cedo?
Sim, porque me meti em um mundo mais adulto. Acontece com qualquer criança que vá fazer televisão. É um ambiente sério, de deveres, horários.

Teve momentos de angústia para conciliar a escola e o trabalho ou levou numa boa?
Olha, não é querendo me gabar, mas tenho boa memória. Pego o texto, geralmente, dois dias antes de gravar e leio. Reservo um tempo para isso, mas não toma todo o meu dia.

Qual papel exigiu mais de você?
Acho que os gêmeos de Prova de Amor (Record). Porque além de serem dois personagens, era importante que eu procurasse colocar diferenças sutis, para que o público conseguisse diferenciar - trejeitos, jeito de falar e tal. Por isso foi um desafio.

O que você perdeu, se é que perdeu, e o que ganhou por ter passado quase toda a infância trabalhando?
Não vou fazer aquele discurso de sempre, de dizer que é uma coisa super fácil de fazer, relax. É uma coisa superlegal, sim, compensa. Mas é puxado. O lado bom é que eu tive a chance de brincar, de ser criança e, além disso, pude aprender, ter noção de horários, responsabilidade. É aquela coisa: bagagem pesa, mas você sabe que está carregando porque vai fazer bem para o seu futuro.

Já está determinado que vai ser ator, que quer isso para a vida toda?
Sim. Quero ser diretor de cinema também. Mas não quero deixar de ser ator. Acho que o trabalho de ator pode me ajudar. É como passar do front para general, né?

E como foi gravar as cenas de beijo?
Foi relax, natural. No início foi estranho ver aquele monte de gente falando: Vamos logo, vamos gravar? Mas foi o começo de uma nova fase pra mim e espero que coisas mais jovens assim, da minha idade, apareçam para eu fazer. Com exceção do Lipe, sempre fiz personagens que eram mais novos do que eu.

As pessoas ainda falam muito sobre o Lipe para você?
O público feminino sempre comenta esse tipo de coisa. Umas senhoras me encontram na rua e dizem "nossa, mas você era tão fofinho!". Daí, eu penso: "Poxa, quer dizer que eu não sou mais fofinho?"

O Estado de S.Paulo

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