No entanto, na pele do sórdido Eric em Os Mutantes, Tuca até que viveu um malvado inusitado, com referências de quadrinhos. Mas não teve jeito, o público continuava o abordando quase sempre lembrando-se apenas dos papéis mais maquiavélicos.
Agora, o ator se delicia com todas as referências mais realistas e íntegras de Téo, seu personagem em Poder Paralelo, próxima novela da Record.
Delegado federal que investiga os bastidores da máfia italiana e a conexão com o tráfico de drogas, Téo é um daqueles personagens mais densos, repleto de nuances para uma composição minuciosa, o que tem entusiasmado Tuca. "Ele é um cara cerebral, aplicado, muito inteligente, refinado. Não é um delegado inculto", ressalta.
Mas o maior requinte do personagem é um charmoso hobby. Para relaxar dos momentos mais tensos de seu trabalho como policial, Téo toca jazz em seu clarinete. Para as cenas, o ator recifense fez diversas aulas com o instrumento para aprender os movimentos e poder dublar algumas canções.
Como recheio para a composição, Tuca também assistiu a diversos longas sobre a máfia, leu sobre o assunto e se familiarizou com o clima italiano no início das gravações da trama na Itália, na cidade de Palermo. "Na verdade, não tive muitas inspirações para essa composição. Quando o autor é bom, todas as informações que eu preciso estão no texto", elogia, se referindo ao escritor da trama, Lauro César Muniz.
Foi justamente pelo texto de Lauro que Tuca topou mudar de emissora no ano em que completava 15 anos na Globo, de onde só havia saído para fazer As Pupilas do Senhor Reitor no SBT, em 1995.
Mas seu rol de personagens mais conhecidos do público ficou mesmo na Globo, onde atuou em Porto dos Milagres, como Leôncio, As Filhas da Mãe, na pele do Nicolau, e Da Cor do Pecado, como o astuto Kaike. Mesmo já tendo sido chamado pela Record para atuar em Essas Mulheres, o ator só decidiu trocar de emissora quando foi convidado para atuar em Cidadão Brasileiro como o intenso Homero.
"Só aceito fazer papéis que me deem tesão, que me instiguem. Gosto de trabalhos mais elaborados e preciso sempre de renovação. Por isso também saí de Os Mutantes. Fiz um acerto com o autor Tiago Santiago de sair no final de 2008", esmiuça.
Foi justamente na trama mutante que, pela primeira vez em sua carreira na TV, Tuca decidiu assinar um contrato fixo com uma emissora. "Aceitei porque não havia tido essa experiência ainda e a grana era boa", diz, sem entrar em detalhes. Mesmo assim, Tuca admite que pode mudar de idéia e de emissora dependendo do convite que tiver no término de seu contrato. "Não sei mais se quero ficar vinculado a um lugar. Isso me dá pouca mobilidade como ator", explica.
Mobilidade foi o que Tuca sempre procurou na profissão, desde que começou a atuar, ainda na adolescência, em Recife. Mas, aos 21 anos de idade, decidiu ir para o Rio investir na atuação. Teve de trabalhar como vendedor de loja, estudar e fazer diversos cursos de interpretação, até assistir a peça O Pequenino Grão de Areia, de João Falcão, que logo o convidou para fazer teatro. Daí não parou mais.
"Tudo ficou bem mais fácil mesmo só quando estreei na TV, em O Dono do Mundo. Aí pude parar de fazer pontas e bicos com recreação infantil para sobreviver", diverte-se.TERRA
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